Preparação para ser promovida a irmã mais velha

Olá queridos leitores!

  Estou aqui de volta para contar para vocês como foi e tem sido a experiência de ser mãe de duas crianças, desde a conversa com a Bianca desde que descobrimos que o Davi viria como toda a adaptação da rotina de nossa casa.

  Desde muito nova eu sempre disse que queria dois filhos, um casal, mais precisamente. Porém, depois de ter a Bianca descobri que seria uma tarefa muito difícil, gratificante, mas exige muito da gente. Muito do nosso tempo, das nossas forças, das nossas economias, da nossa paciência, do nosso coração, da nossa mente, das nossas noites de sono, dos nossos pratos de comida quentes, dos nossos banhos relaxantes, das festas de última hora, enfim... de tudo! Mas nós não queríamos ser egoístas, queríamos dar pra Bianca alguém com que ela pudesse brincar, confiar, cuidar, dividir, ensinar, aprender, etc.
  Começamos a pensar em talvez engravidar, mas antes que planejássemos as coisas da forma correta descobrimos que estávamos grávidos! WOW! Foi um "susto"! Não era a hora certa, não estávamos preparados ainda, não estávamos prontos. Mas era hora de começar a preparar a Bianca para ser promovida a irmã mais velha, porque não era a nossa hora, mas era a hora de Deus, e com Ele ninguém discute, certo?
  A Bianca nunca havia pedido um irmão ou uma irmã, na escola que ela frequentava ela havia presenciado colegas ganharem irmãos mais novos e todos eles sentiam muito quando perdiam o colo da mamãe pro bebê novo, quando eles mesmos passavam a ter que carregar suas mochilas... Eu mesma presenciei um momento desses em que a mãe carregava o bebê no colo e ao lado dela o filho mais velho afirmando estar cansado pedia colo e a mãe talvez por estar num dia ruim, ou sei lá  o que, respondeu rispidamente: " Você não tá vendo que eu já to carregando seu irmão no colo? Agora não dá mais pra eu te carregar, pega a sua mochila e vamos logo!", gente, fiquei passada e quando olhei pra Bianca ela estava estática observando aquela cena. Depois disso quem pode questionar o motivo de ela não querer um irmãozinho/irmãzinha?

  Usamos da mesma didática que meus pais usaram comigo quando minha irmã estava a caminho (só que diferentemente da Bianca, eu queria muito uma irmã), conversamos muito com ela, dissemos que o bebê era pra ela, que ela cuidaria, pegaria no colo, daria banho, ensinaria a andar de bicicleta, ensinaria a comer, ensinaria a desenhar... E aos poucos ela foi se acostumando com a ideia de ter um pupilo para passar seus conhecimentos adquiridos com a vida.
Consulta com Obstetra

  Sempre a levávamos junto nas consultas e ultrassons para que ela participasse de tudo e visse o desenvolvimento do bebê que quando nascesse seria só seu. Um dia perguntei pra ela se ela queria um irmão ou uma irmã e ela assertivamente respondeu: "Quero um irmão!", eu fiquei surpresa, pois esperava que ela desejasse uma menina para poder brincar com ela e quando perguntei o porquê ela com um rosto angelical e um sorriso de objetividade respondeu:
  - Ué, porque aí então eu serei a princesa e meu irmão será o príncipe. Não existe duas princesas mãe.
  - Existe sim Bi, tem a Elsa e a Anna, lembra? As duas são irmãs e princesas (preocupada com a possibilidade de estar gerando uma menina e ela rejeitar).
  - Não mãe! A Elsa é rainha e só a Anna é princesa!
  - Então você será a rainha, não é melhor ser rainha do que ser princesa?
  - Não porque você é a minha rainha!

(Silêncio constrangedor)

  - Entendi...

  E tudo o que eu podia fazer era abaixar a cabeça admitindo a minha derrota nesta argumentação e admirar a habilidade dessa menina de 4 anos de expor e defender seu ponto de vista. Não sei de quem ela puxou isso!
  Descobrimos que vinha o Davi! Graças a Deus! Porque Ele é maravilhoso e faz tudo perfeito!
  Aí começamos a conversar mais frequentemente com ela, mas a minha relação com ela foi se distanciando, pois eu já não podia mais brincar com a mesma intensidade que eu brincava antes. Eu não podia mais carregá-la no colo, nem ficar rolando com ela no chão, nem algumas outras brincadeiras que poderiam colocar em risco a gestação, para isso o papai Chris foi super pai. Ele foi sensacional não deixando que ela se sentisse só nem por um segundo e, nós conversávamos com ela e explicávamos que assim que o Davi nascesse a mamãe voltaria a pegar ela no colo, brincar de cavalinho, rolar com ela onde quer que fosse, fazer cócegas até fazer xixi nas calças... E a partir de então, ela começou a desejar que o irmão chegasse logo.



  Ela fazia carinho na barriga, cantava pra barriga, sempre conversava com o irmãozinho listando todas as coisas que ela ensinaria para ele quando saísse de dentro da barriga da mamãe e eu sentia que ele adorava escutar a voz dela.


  Começaram a época dos presentes e essa parte normalmente é a parte em que os irmãos mais velhos morrem de ciúmes e os pais se matam, compram mil coisas pra compensar tudo o que o bebê está ganhando e ele não. Talvez pela natureza doce da Bianca, talvez por toda a conversa, talvez pela misericórdia de Deus a Bianca jamais se sentiu enciumada, pelo menos nunca demonstrou. Quando recebíamos algum presente pro bebê pedíamos à pessoa que o entregasse para a Bianca, pois o bebê era dela. Era ela que abria, que mostrava pra nós, que agradecia pelo presente e era ela que escolhia onde nós guardaríamos as coisas do irmãozinho.
  Começamos a planejar o chá de bebê e nesse momento eu percebi que ela sentiu um ciúmes, porque o irmãozinho nem tinha chegado e ia ganhar uma festa já. Felizmente, coincidiu com a mesma época do aniversário dela, então comecei a fazer tudo concomitante. Como o chá de bebê seria para um menino e seria tudo azul e branco, aproveitaria boa parte das coisas e faria a festa do Frozen pra ela. Ela amou e me ajudou em tudo que pôde.

Minha ajudante

  No dia do chá de bebê ela se comportou incrivelmente bem e antes que os convidados chegassem ela perguntou: "A minha festa vai ser do Frozen, né? - Sim! - Vai vim bastante gente? - Sim! - Tá bom então!". Ela ajudou a abrir cada presente, agradeceu a cada convidado que compareceu, sorriu e conversou com todos, disse que ela tinha ajudado a fazer isso e aquilo, disse que era a festa do irmão dela, ela foi perfeita!
  No aniversário dela eu já estava de 38 semanas de gestação, e eu estava morrendo de medo que o Davi nascesse antes que eu pudesse comemorar esse dia com a minha princesa, mas ele foi comportado e esperou quietinho que passasse a festa da irmã dele. Tudo correu conforme o planejado e ela não cabia em si de tanta felicidade, dessa vez, todos os presentes eram só dela, só pra ela e estávamos lá só pra ela, pela última vez, pois a partir do próximo aniversário, tudo vai ser dividido.



  Com 40 semanas, como eu já relatei pra vocês o Davi nasceu. A Bianca veio visitar no hospital e quis pegar ele no colo, quis beijar, quis levar pra casa, quis ser tudo aquilo que eu sonhei que ela poderia ser, uma irmã coruja!



  Com a chegada do irmão ela se tornou uma criança mais responsável e queria participar de tudo: dos banhos, das trocas de fraldas, das mamadas,... Ela queria pegar ele no colo o tempo todo, queria pentear o cabelo dele depois do banho, queria fechar a fralda após as trocas, queria que ele assistisse televisão ao lado dela.

  Até hoje, que ele está com 5 meses ela permanece sendo uma irmã atenciosa, ela conversa com ele com tanto carinho, sempre canta pra acalmar ele, se ele dá uma resmungada e não estamos por perto ela grita pra nos alertar, quer segurar a mamadeira, quer fazer tudo o que eu faço com ele, e ele a ama loucamente.



  Divido esta minha experiência com vocês pois presenciei famílias que sofreram muito com ciumes do irmão mais velho em relação ao irmão mais novo, presenciei (como aquela mãe na escola da Bianca) mães que talvez pela falta de tato ou talvez pelo cansaço não souberam como contornar um momento de carência do irmão mais velho, fui a irmã mais velha presenteada com uma irmã mais nova maravilhosa e vi minha filha única evoluir para irmã mais velha com a maior naturalidade e maturidade do mundo.
  Tudo começa com nós! Fingir que nada vai mudar é um erro! Postergar a conversa com seu filho mais velho é um erro! Dizer ou deixar que digam coisas pra ele do tipo: "Agora vai perder o trono, heim?" (eu quase dei um soco em uma pessoa que disse isso pra Bianca) é um erro gigantesco! Achar que ele vai se tocar e desenvolver um sentimento nato por instinto é um erro!
  Envolver a criança, delegar responsabilidades, conversar muito, brincar com ele, incentivar (não obrigar!) a criança a conversar com a barriga, propor atividades que ele poderá fazer melhor quando tiver um irmãozinho para compartilhar e sobretudo amar muito, são coisas que podem e devem ser feitas com frequência para tornar a chegada do novo integrante da família o mais esperado e feliz possível!

  Espero que vocês gostem e compartilhem comigo suas opiniões e experiências!

  Deus os abençoe!

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